sábado, 30 de abril de 2011

Perdido no mercado.





Vivi uma experiência hoje, que senti vontade de escrever aqui e como isso estranhamente não tem acontecido muito, eu considerei. Minha mãe, sempre traz um menino Lucas aqui para casa, ele tem no máximo 8 anos, morador de uma favela perto do local onde minha mãe trabalha. Ele adora a minha mãe, é um menino prestativo, porém eu sinto que ele ainda não se sente parte de nós(o que não é incomum). Então, hoje fomos ao mercado e na hora de passar os produtos no caixa ele me mostrou que o quilo do café estava furado, ai eu disse a ele: “vai ali Lucas naquela prateleira e pega outro, rapidinho!” (Esperamos...)Me dei conta da demora e de que o Lucas poderia ter se perdido dentro do mercado, peguei outro café rapidinho e fui á procura dele no mercado, e o achei bem longe de onde estávamos ainda com o quilo furado na mão. Peguei o quilo da mão dele, coloquei a mão na sua cabeça como um gesto de carinho e disse: "obrigada Luquinhas, vamos lá, eu já peguei o café!" Isso me fez pensar nele, em como ele se sentia, como todo aquele interesse incomum de nos agradar sempre, tão prestativo, fazendo tudo o que pedimos com tanta euforia. Porque? Tantas vezes nós, filhos de Deus somos assim com o nosso Pai, Deus. Somos filhos, prestativos, prontos, “fazedores de favor”, dedicados, empenhados, mas não nos sentimos parte de; somos amados mas não é isso que achamos , somos filhos mas agimos como servos na casa do Pa. Fazendo coisas por um espaço naquela família. A ponto de nos perdermos, assim como o Luquinhas se perdeu no mercado ao fazer uma vontade nossa. Muitas vezes nós temos nos perdido do Pai, ao fazermos a vontade dele, por estarmos com a motivação errada. Esquecemos que o filho tem lugar eterno na casa do pai, o servo não. Não nos sentimos amados, por isso fazemos as coisas por um lugar que na verdade como filhos já temos. Obedecemos ou cumprimos a vontade de Deus para alguma coisa e não por sermos filhos amados, constrangidos com tal amor daquele que nos pede aquela coisa. Desejo que tudo que eu fizer para Deus, seja a partir de uma convicção de que sou filha, pois não é interessante para Deus somente filhos obedientes, porém distantes da realidade do amor e da paternidade Dele.

Um comentário:

Paulo R G Toledo disse...

Muito bom. Que tal explorar mais essa relação Pai/Filho, obrigação/amor/troca...

Graça e Paz