Chega a hora que é determinante abandonar o quentinho da comunhão para o frio da solidão
Mas por quê?
é tão gostoso sentir-se parte, sentir-se amada, sentir-se dentro
Tão gostoso que nem sentimos que estamos indo para o nada
No nada, não sabemos para onde estamos indo, não sabemos se estamos crescendo, esquecemos o que queremos, e alguém vai dizer para que vivemos
O grupo diz, o meio dita, e você apenas "desfruta"
Acompanha o fluxo, se conforta e se conforma com o destino
No frio não... o frio da solidão não diz nada
Fica calado por várias horas... a resposta, ninguém dá
Na verdade, nem sabemos se ela vem
O frio da solidão vai incomodando tudo lá dentro, vai doendo, vai nos dando vontade de se agasalhar, voltar para o conforto do quente, morno, estragado, cheio de resposta prontas...
Mas, uma vez que você larga, não há como voltar
O quente amargurou-se, ele "amargura-se" contra aqueles que o largam, não o recebem de volta, se fecham...
A sua única opção, agora, é mesmo o frio
E o frio não é tão frio para quem já nasceu no frio, mas é tão gélido para quem veio do quente
O jeito é suportar, aguardar, silenciar, e olhar para dentro de si...
Deixar o medo, a dor, a tristeza, o desespero crescer
Para quem sabe dessa forma, você comece a nascer
No frio da solidão, descobrindo-se, alegrando-se, desapegando-se
Para da maneira certa se apegar
Para de alguma forma saber amar
terça-feira, 13 de novembro de 2012
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